domingo, 21 de fevereiro de 2016

Caderno de Artista: CONTO HISTÓRIAS

Este trabalho foi exposto na GAIA (Galeria do Instituto de Artes - UNICAMP) de novembro a dezembro de 2016, ao lado do trabalho de Lena Bergstein, pois foi produzido num curso oferecido por ela no Instituto. Trata-se de colagem, pintura e monotipia com tinta acrílica, em seguida, as imagens foram digitalizadas e foi feita nova monotipia e montagem.












Caderno de Artista: RODA GIGANTE

Este trabalho ficou exposto na GAIA (Galeria do Instituto de Arte - UNICAMP) de novembro a dezembro de 2016, juntamente com os trabalhos de Lena Bergstein, pois foi produzido num curso com a artista.
Texto de minha autoria, colagem, xerox e montagem de instalação









Caderno de Artista: DIANTE DA IMAGEM

Experiência com xilogravura. Provas e matrizes de produções monocromáticas e coloridas. Montagem no movie maker. Sonoplastia do youtube.

Caderno de artista: TRAMA com talagarça

Trabalho exposto na vitrine do IA/UNICAMP









Livros de artista: CONTO HISTÓRIAS


Monotipia e colagem 21x14 cm

LIVROS DE ARTISTA (exemplos) TRAMA

Caderno de artista feito com monotipia, xilogravura e colagem. Filme montado no movie maker, com trilha sonora do youtube.

ETAPAS DE XILOGRAVURA

1. Escolher o desenho e fazê-lo na mdf (10x10 cm).

2. Entalhar o desenho, lembrando que o que for entalhado ficará branco e terá tinta onde não for entalhado.

3. Entintar a matriz com o rolo de entintagem.

4. No caso de monocromática, entinta-se tudo o que se deseja.
5, Pôr a folha (de arroz) em cima da matriz entintada, utilizando uma colher de pau, um baren, ou um ferro de passar.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

PROPOSTA DE LIVRO

Esta é uma proposta de livro, cujo trabalho de xilogravura depois de impressa e montada no movie maker se transformou num video. Mas devido ao tempo reduzido a nossa proposta de oficina ficará num trabalho impresso. Entretanto, fica a sugestão!

ETAPAS DO PROJETO

  1. Ler textos, ver imagens e discuti-los
  2. Pensar no tema proposto: Identidade
  3. Planejar como trabalhar com o tema proposto
  4. Desenhar em matriz de mdf 10 x 10 cm
  5. Entalhar a matriz
  6. Entintar
  7. Colocar uma folha de papel em cima da matriz
  8. Utilizar a colher de pau para imprimir ou
  9. Usar a matriz como carimbo sobre a folha
  10. Montar o livro com o texto e as gravuras

Resumo da Proposta



Criatividade envolve não apenas Artes, mas todas as áreas do conhecimento. Principalmente quando se trata de leitura e escrita. Afinal, seja visual ou verbalmente, todo ser humano sente necessidade de se expressar. Lendo textos literários, trabalhando com desenho e gravura, escrevendo seus textos; os participantes aprenderão sobre arte e escrita. Sobre imagem e palavra, bem como a relação entre estas linguagens. Farão seus desenhos, suas gravuras e, ao final, montarão um pequeno livro.

VÁRIAS FACES

Você diz que eu tenho várias faces,
Não sei qual delas você mais ama.
Existe uma que é sua amiga,
Outra que nem te liga.

Existe uma que te preza,
Outra que te despreza.
Existe uma que é apaixonada,
Outra que é desconfiada.

Existe uma que te quer,
Outra que nem é mulher.
Existe uma que te espera,
Outra que se desespera.

Existe uma que concorda,
Outra que nem te aborda.
Existe uma que traiu,
Outra que te pariu.

Qual delas você quer que eu seja?
A que ainda te deseja?
Ou a que a tudo almeja?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MEU AUTO-RETRATO

PROVAS DE XILOGRAVURA



MATRIZ DE XILOGRAVURA EM MDF






Seu auto-retrato

Manoel de Barros, Basquiat, Carlos Drummond de Andrade, Andy Warhol, Alice Ruiz e Frida Kahlo pintaram e escreveram sobre si mesmos. Observe suas imagens e textos e pense em como você faria sua auto-biografia, utilizando-os como modelos e ao mesmo tempo procurando expressar suas ideias e sentimentos a respeito de você mesmo.
Escreva e desenhe seu auto-retrato!

Auto-retrato de Frida Kahlo

"Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade".:

Auto-retrato de Alice Ruiz: SOCORRO

Socorro, eu não estou sentindo nada. Nem medo, nem calor, nem fogo, não vai dar mais pra chorar nem pra rir. Socorro, alguma alma, mesmo que penada, me empreste suas penas. Já não sinto amor nem dor, já não sinto nada. Socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate nem apanha. Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa que se sinta, tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva. Socorro, alguma rua que me dê sentido, em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada, socorro, eu já não sinto nada.

Auto-retrato de Andy Warhol

Andy Warhol Camoufage Self-Portrait

Auto-biografia de Carlos Drummond de Andrade

EU ETIQUETA

(Carlos Drummond de Andrade)

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.

Autobiografia de Manoel de Barros

                                                        Manoel por Manoel

Eu tenho um ermo enorme dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando era criança eu deveria pular o muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto.
Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação. Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor. Eu tenho que essa visão oblíqua vem de eu ter sido criança em algum lugar perdido onde havia transfusão da natureza e comunhão com ela. Era o menino e os bichinhos. Era o menino e o sol. O menino e o rio. Era o menino e as árvores.
(Manoel de Barros - Memórias Inventadas)

Auto-retrato de Basquiat

Jean-Michel BASQUIAT

INTRODUÇÃO

Este blog faz parte da minha pesquisa e exploração acerca da imagem.
Da imagem da palavra e da imagem da gravura.
Eis meu 'umbigodomundolivro", nos dizeres de Haroldo de Campos.
Meu amor pelo livro, meu amor pela escrita, levou-me a descobrir meu amor pela imagem.
Vejo o mundo como um livro.
Sim. Vejo o mundo.
Meu mundolivro é uma imagem.
Ou ainda, é a composição de várias imagens.
Imagens que são registros.
Marcas de vida.
Linguagem psíquico-emocional-corporal-intelectual.
Já diziam os gregos 'mens sana in corpore sano'.
Parodio: mente sã em corpo são.
Por isso, descubro o poder das mãos.
O poder de transformar. Fazer. Criar.
Afinal, para Deleuze, todo homem é artista.
Daí explorar a possibilidade latente em cada ser.
Provocar os tensionamentos comuns à vida.